Reaproveitamento de alimentos: como ele pode aumentar seu lucro

É comum que muitas pessoas torçam o nariz e se posicionem de forma preconceituosa diante da palavra ‘restos’. Principalmente se ela for associada à ideia de reaproveitamento de alimentos.

Associamos ‘restos’ a ‘lixo’ e somos levados a pensar que lixo é entulho, tudo aquilo que não presta, coisa inútil, sujeira. Entretanto, essa é uma ideia completamente equivocada nos dias de hoje, em que tanto se fala em meio ambiente.

Isso porque estamos em uma era em que a sustentabilidade ganha força e espaço nas empresas e na vida do consumidor, que está cada vez mais exigente e preocupado com a própria saúde e, portanto, analisa, nos mínimos detalhes, a origem do que compra no supermercado.

O desperdício de alimentos, que acontece ainda em grande escala, causa enorme impacto na sociedade e no meio ambiente. As perdas disso podem ser observadas em toda a cadeia produtiva.

Isso estabelece claramente uma necessidade de aproveitamento dos alimentos de maneira integral e a possibilidade de manutenção do consumo habitual com utilização de resíduos para novos produtos alimentícios.

desperdício acontece em todas as etapas da cadeia produtiva no Brasil, ou seja, desde a colheita até o consumo nas residências.

Não é de hoje que estudos comprovam a possibilidade de aproveitar resíduos industriais para a fabricação de alimentos baratos e de qualidade.

É importante ressaltarmos que não se deve fazer confusão com reaproveitamento e reprocessamento, pois são processos bem diferentes.

O reprocessamento é a reutilização de produtos já industrializados, ao passo que o reaproveitamento, do qual estamos falando, trata de reutilização de matérias-primas em bom estado de conservação.

Buscar formas de reaproveitamento de alimentos com base em resíduos de indústrias já significa resolver duas questões de uma vez só, considerando que isso, além de fazer bem ao meio ambiente, evitando que materiais sejam descartados de maneira indevida, também fornece uma possibilidade para a empresa ao produzir novos produtos.

De que forma o reaproveitamento de alimentos pode ser aplicado?

O reaproveitamento de alimentos, utilizado de forma sustentável, reduz a produção de lixo orgânico, prolonga a vida útil do alimento, promove a segurança alimentar e beneficia a renda familiar.

E se você acha que não é possível, existem diversas formas de aproveitar alimentos para fazer outras receitas igualmente saborosas.

A elaboração de bolos, geleias, doces, pães, entre outros, a partir do aproveitamento dos resíduos alimentares, tem se tornado uma ótima alternativa para evitar o desperdício e enriquecer nutricionalmente os alimentos.

Isso é de suma importância, pois as partes consideradas usualmente não consumíveis e que são descartadas também apresentam valor nutricional relevante.

O reaproveitamento de alimentos, como frutas e hortaliças (polpa, cascas, talos e folhas), pode ser utilizado na elaboração de novos produtos. É uma alternativa tecnológica limpa que está ao alcance de todos, pois pode ser aplicada tanto no ambiente industrial como residencial.

Confira abaixo os alimentos que podem ser aproveitados integralmente

  • Folhas de: cenoura, beterraba, batata-doce, nabo, couve-flor, abóbora, mostarda, hortelã e rabanete.
  • Cascas de: batata inglesa, banana, tangerina, laranja, mamão, pepino, maçã, abacaxi, berinjela, beterraba, melão, maracujá, goiaba, manga e abóbora.
  • Talos de: couve-flor, brócolis, beterraba.
  • Entrecascas de: melancia e maracujá.
  • Sementes de: abóbora, melão e jaca.
  • Nata.
  • Pão amanhecido.
  • Pés e pescoço de galinha.
  • Tutano de boi.

Veja o que dá pra fazer com sobras em boas condições

  • Carne assada: croquete, omelete, tortas, recheios etc.
  • Carne moída: croquete, recheio de panqueca e bolo salgado.
  • Arroz: bolinho, arroz de forno, risotos.
  • Macarrão: salada ou misturado com ovos batidos.
  • Hortaliças: farofa, panquecas, sopas, purês.
  • Peixes e frango: suflê, risoto, bolo salgado.
  • Aparas de carne: molhos, sopas, croquetes e recheios.
  • Feijão: tutu, feijão tropeiro, virado e bolinhos.
  • Pão: pudim, torradas, farinha de rosca, rabanada.
  • Frutas maduras: doces, bolo, sucos, vitaminas, geleia.
  • Leite talhado: doce de leite.

Além disso, outra opção é fazer renda utilizando restos de alimentos para fazer adubo, investindo em um setor de tratamento na sua indústria.

Nessa alternativa, obtém-se o fertilizante natural pela compostagem, tratamento biológico no qual os micro-organismos fazem a decomposição dos resíduos orgânicos.

Esse processo de compostagem, conhecido também como o processo de reciclagem do lixo orgânico, transforma a matéria orgânica encontrada no lixo em adubo natural, que pode ser usado na agricultura, em jardins e plantas, substituindo o uso de produtos químicos.

Cuidados ao reaproveitar alimentos

Fazer uso de um processo de reaproveitamento de alimentos, como vimos, é possível para várias situações. Mas exige também muito cuidado.

Além da garantia nutricional e tecnológica dos alimentos quando feitos para consumo, faz-se necessário garantir a qualidade biológica e sanitária.

Os alimentos devem ter a garantia de serem seguros para o consumo e não devem apresentar agentes contaminantes de natureza biológica, física, química ou outros perigos que comprometam a saúde da população, lembrando que as doenças transmitidas por alimentos são problemas de saúde pública.

Para isso, é fundamental investir em controle de qualidade e estar com as normas e certificações da empresa em dia.

Para a produção de adubo através de compostagem, existem regras especialmente definidas pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA através da Resolução N° 481.

Seguindo essa normatização, as empresas poderão obter lucro. Isso considerando-se que a compostagem que gera o adubo é um método simples e econômico e que não demanda alto investimento para ser implantado.

As empresas devem ter um local físico dedicado à compostagem e assim podem produzir o adubo de reaproveitamento de alimentos com relativa facilidade.

Essa atividade tem ainda uma vantagem econômica adicional. A reciclagem das sobras alimentícias não passa por nenhum tratamento industrial, o que significa mais economia.

O tratamento biológico dos resíduos orgânicos evita que as sobras sejam descartadas incorretamente, diminuindo o impacto ambiental.

Essas são formas de adotar uma produção sustentável, que é uma tendência cada vez mais forte no mercado em virtude das preocupações ambientais do planeta que são tão importantes e estão em constante debate.


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