Mês: agosto 2021

Você sabe diferenciar Leite pasteurizado de Leite UHT?

Mas o que seria Leite UHT?

O termo “UHT” (Ultra High Temperature) indica um processo pelo qual o leite passa, traduzido como “Temperatura Ultra Alta”. Esse produto é conhecido também como “Leite de caixinha” ou leite longa vida.

Afinal, qual seria as diferenças de Leite pasteurizado e Leite UHT?

A grande diferença está na combinação de tempo e temperatura a qual os produtos são submetidos, porém as diferenças vão muito além disso. A pasteurização (do leite) envolve um tratamento térmico relativamente brando e consiste na exposição do leite em torno de 75 °C por 15 segundos com a finalidade de eliminar patógenos. Já o tratamento UHT que compreende um processo de esterilização e trata-se de um tratamento térmico mais severo (125 °C a 130 °C por 2 a 4 segundos) porém instantâneo, ou seja, por tempo inferior a pasteurização com objetivo de eliminar praticamente todos os microrganismos, que podem atuar como agentes de deterioração.

E são só esses processos que diferem os produtos?

A grande diferença realmente está no binômio tempo x temperatura, mas há outros processos anteriores e posteriores ao aquecimento do leite. O leite pasteurizado por exemplo, após sofrer esse tratamento térmico, é resfriado imediatamente, sendo levado a uma temperatura de 2°C a 4°C em menos de 10 segundos. Isso é importante para evitar a proliferação dos microrganismos que restaram após a pasteurização do leite. Essa refrigeração imediata promove o controle destes microrganismos.

Em contrapartida, o leite UHT, antes de passar pelo processo de esterilização, precisa estar “pré-beneficiado” (filtrado, pré-aquecido, clarificado, padronizado, aquecimento). Após este processo, o leite passa pela etapa da estabilização. Isso precisa ser feito, porque, como o leite será submetido a temperaturas muito altas, tal aquecimento pode afetar as caseínas (proteínas do leite). Por isso, o leite UHT precisa receber estabilizantes de caseína, evitando que o leite coagule e sedimente durante o processamento. Em seguida, é feito o pré-aquecimento onde o leite é aquecido a 80°C por 2 minutos afim de diminuir a desnaturação proteica e a sedimentação. Após isso, finalmente vem o tratamento UHT propriamente dito, seguido do resfriamento do leite.

Leia também sobre os Métodos de conservação dos alimentos.

Outras diferenças entre Leite pasteurizado de Leite UHT

Apesar de todo o processamento dos produtos ser diferente, isso reflete no prazo de validade e preço. O leite UHT, que também é conhecido como leite de caixinha ou leite longa vida, por passar por um tratamento térmico mais severo, tem a validade de 4 meses em embalagem fechada e até 3 dias após aberta. A embalagem cartonada utilizada também contribui para fornecer um tempo de consumo maior graças às diversas camadas que protegem o alimento do contato com a luz e com o oxigênio, preservando a qualidade do leite.

O leite pasteurizado, por sua vez, muitas vezes encontrado em embalagens poliméricas ou de “plástico” possui tempo de consumo menor, girando em torno de 3 dias. Os conhecidos “leite de saquinho” por esse prazo de validade reduzido e por ter um processo de fabricação mais simplificado, possui incidência no preço do produto, representando um produto de menor custo.

Agora tudo ficou mais claro e você já sabe as diferenças entre Leite pasteurizado e Leite UHT, não é mesmo?

Leia também sobre A importância da determinação do prazo de validade em alimentos.

Por: Gustavo Carvalho.

Revisado Por: Leandro Viana e Daniele Silva.


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Fonte Imagem: Milk Point

Fontes:

Carne de laboratório nos supermercados?

A carne cultivada tem origem de uma pequena amostra de células extraídas de animais vivos sem trazer danos para o doador e, a partir disso é cultivada em laboratório para adquirir volume. Assim sendo, em condições controladas, essas células são nutridas e se desenvolvem. O resultado final é um conjunto de células musculares molecularmente muito similares  às que se compra em supermercados atualmente.

Mas afinal, por que o mundo precisa desse tipo de carne?

Além da questão das tendências vegetarianas e veganas que afloram na sociedade, o fato de os animais não serem abatidos reduz de forma significativa a necessidade terras, águas e insumos na agropecuária. Além disso, a redução dos gases de efeito estufa produzido pelos animais seria algo significativo. Ademais, o manejo de antibióticos, sobretudo para frangos, muitas vezes pode causar resistências microbianas. No entanto,em um ambiente controlado, sem manejo animal, tal como o para produção de carne cultivada, esse problema é inexistente.

Outro ponto importante a se considerar é a questão da demanda de proteínas por parte da população. Segundo Lorival Luiz, CEO Global da BRF em uma entrevista à CNN, afirmou: “Existe uma demanda crescente por proteína, uma demanda da população, e nós não temos dúvidas que esse produto será extremamente competitivo, sustentável, para atender toda a demanda que virá num futuro próximo”.

Além disso, alguns consideram essa questão como uma oportunidade, como o analista Cleber Soares, diretor de inovação do Ministério da Agricultura. “Em 2015, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês) projetava que o mundo iria demandar em torno de 480 milhões de toneladas a mais de proteína de origem animal até 2050. Tem mercado para todo mundo. É preciso olhar tudo isso como oportunidade”.

Em outra via, para aqueles que pensam que esse assunto parece ser muito bonito na teoria, mas acreditam que a barreira tecnológica seja grande para a prática, existe um grande engano. Segundo o Canal Tech, A startup israelense Future Meat inaugurou a primeira fábrica de carne cultivada do mundo. A instalação, que fica na cidade de Rehovot, no distrito industrial de Israel, tem capacidade para produzir 500 kg de alimentos por dia, aproximadamente 5 mil hambúrgueres de tamanho médio saindo direto do laboratório. Enquanto que na agropecuária tradicional, o tempo de vida de um único bovino antes do abate é cerca de 18 meses.

Em questão de preço, o valor também já foi reduzido drasticamente. Em 2013 foi produzido o primeiro hambúrguer do mundo feito à base de carne in vitro pela empresa holandesa Mosa Meat em Londres, com um custo de 330 mil dólares em um período de três meses. Segundo dados da empresa Future Meat, o valor gasto para produção de peitos de frango é de menos de 10 dólares hoje em dia.

Mas afinal, quando esse produto chega ao Brasil?

Segundo uma reportagem da CNN Brasil, a carne cultivada deve chegar às prateleiras dos supermercados entre 2024 e 2025 por meio de uma iniciativa da BRF. A companhia brasileira possui uma parceria com a startup israelense Aleph Farm para dar prosseguimento a essa questão. Ademais, em questão regulatória, segundo o GFI (The Good Food Institute), sua filial brasileira organizou no final de junho de 2021 workshops sobre carne cultivada para representantes da ANVISA e do MAPA. Nesse processo, as associações regulatórias brasileiras conheceram e trocaram experiências sobre processos regulatórios em carne cultivada com representantes dos Estados Unidos, Europa e Singapura.

A conclusão em cima dessas questões, é que estamos cada vez mais próximos de consumir um produto que parece de filme de ficção científica. Mas eaí, você comeria carne de células?

Leia também sobre Produtos Clean Label, Tendência de Mercado

Por: João Valadão.

Revisado Por: Leandro Viana e Daniele Silva.


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Fonte imagem: Portal do Agronegócio

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