Produtos Clean Label, tendência de mercado.

Em 2003, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o “Regulamento Técnico para Rotulagem Nutricional Obrigatória de Alimentos e Bebidas Embalados” com o intuito de informar ao consumidor sobre as propriedades nutricionais do alimento, declarando assim, o conteúdo do valor calórico, de fibras alimentares e de nutrientes no rótulo. Porém muitos consumidores ainda apresentam uma certa dificuldade em compreender as informações contidas nos rótulos, devido a utilização de linguagem técnica, ingredientes que não estão usualmente habituados a verem ou consumirem e a falta de clareza sobre aquilo que é prejudicial à saúde, conforme pontuado por Silva e Senger, em um artigo publicado na revista Nutrire em 2014; e reforçado por um estudo feito pela Maria Zênia em 2003, em que 81,1% dos entrevistados sugeriram que a linguagem dos rótulos deveria ser mais acessível e visível.

Frente a isso, um novo conceito começou a ganhar espaço nos mercados, os rótulos clean label”, cuja intenção é fazer com que os consumidores consigam reconhecer os ingredientes de cada produto para que ele saiba exatamente o que está ingerindo. Clean label ou rótulo limpo traz consigo a ideia de produtos mais “naturais”, ou seja, aqueles livres de conservantes e aditivos alimentares que são usualmente utilizados em indústrias alimentícias. Apesar de não haver ainda uma definição regulamentada sobre o que é um produto Clean label e o que o rege, este foi implantado frente a demanda do consumidor e como o mercado a tem entendido, conforme comentado pela pesquisadora do ITT Nutrifor, Bruna Pottin.

Apesar de não haver uma definição pela ANVISA, há 3 diretrizes básicas que os produtos devem seguir para serem denominados como Clean label, dentre eles: o produto deve ser 100% natural, ou seja, deve haver apenas ingredientes de origem natural; a lista de ingredientes deve ser curta e simples, ou seja, os mesmos devem ter nomes comuns e facilmente identificáveis pelos consumidores; e devem ser, também, minimamente processados, ou seja, os produtos devem sofrer poucas transformações físicas e/ou químicas.

Sendo assim, um produto Clean label não se restringe apenas aos ingredientes mais naturais, ele também envolve itens como técnicas de processamento, sustentabilidade e a transparência da indústria frente ao consumidor.

Pessoas celíacas, veganas, diabéticas, intolerantes à lactose ou aquelas que buscam uma alimentação mais natural são os públicos mais atendidos pelos produtos Clean label, segundo especialista.

Apesar dessa cultura ainda não ser tão presente no Brasil, uma análise aponta que 73% dos consumidores pagariam mais para consumir um produto dessa categoria.

Em 2019, o Brasil foi o 4º colocado no ranking global de países que mais consomem alimentos saudáveis, apresentando, em média, um crescimento de 12,3% ao ano no consumo desses alimentos, com previsão de atingir até 50%. E dentre esses alimentos saudáveis, destacaram-se os plant based (matéria-prima de origem vegetal), free from (sem a adição de algum ingrediente, como glúten, açúcar, lactose) e os clean label.

 Por: Juliana Eloy Granato Costa


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: