Mês: dezembro 2022

Enriquecimento de Alimentos com Nutrientes – O que é, e o que a legislação diz sobre?

Atualmente, é possível encontrarmos no
comércio a venda de diversos produtos alimentícios que levam em sua composição
a adição de elementos, como vitaminas e minerais. Esses alimentos são ditos
como enriquecidos ou fortificados.

De acordo com a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária
(Anvisa), um alimento fortalecido ou fortificado é
todo aquele a qual for adicionado um determinado nutriente com a finalidade de
reforçar seu valor nutricional. Tal finalidade pode ter dois principais
objetivos: seja repor quantitativamente os nutrientes que foram destruídos
durante o processamento do alimento, ou seja suplementando o alimento com
níveis superiores de determinado nutriente.

Vale também ressaltar neste tópico, a
diferença entre a adição de aditivos alimentares e o enriquecimento com
nutrientes em formulações. A Anvisa chama de aditivos alimentares
qualquer substância que não tem valor nutricional, mas pode alterar as
características físicas, nutricionais, sensoriais, químicas e biológicas do
produto. Já o enriquecimento com nutrientes tem como objetivo aumentar o nível
nutricional de determinado alimento, podendo também alterar as características
citadas anteriormente.

Leia também sobre O que são aditivos alimentares e para
que são utilizados?

A fortificação de alimentos é
uma estratégia apoiada e orientada pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) e regulamentada pela Anvisa, entretanto, tal método deve ser
aplicado de acordo com algumas normas. A Codex Alimentarius da FAO (Organização
das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) estabelece 10 dessas normas
básicas:

1. Os nutrientes essenciais devem
estar presente em um nível que não resulte em um consumo excessivo do
nutriente adicionado;

2. A adição de um nutriente adicional
não deve resultar em um efeito adverso sobre o metabolismo de qualquer outro
nutriente;

3. Os nutrientes essenciais devem ser estáveis
no alimento, considerando a embalagem, armazenamento, distribuição e
utilização;

4. Os nutrientes essenciais devem ser biologicamente
disponíveis
no alimento;

5. O nutriente essencial não deve
afetar negativamente no alimento e nem na vida de prateleira.

6. Deve-se utilizar recursos
tecnológicos e instalações de processamento para permitir a adição de nutrientes
de forma satisfatória;

7. A adição de nutrientes essenciais não
deve ser utilizada para enganar
os consumidores sobre os níveis nutritivos
de um alimento;

8. O custo adicional deve ser razoável
para o consumidor;

9. Deve-se utilizar métodos de medição
e quantificação de alguns dos nutrientes essenciais;

10. Quando está prevista na
legislação, as disposições específicas devem ser incluídas, identificando os
nutrientes essenciais a serem considerados e os seus níveis em que devem estar
presentes nos alimentos para alcançar tal finalidade.

Leia também sobre a Segurança Alimentar.

Hoje, obrigatoriamente os alimentos
fortificados no Brasil são o sal com iodo (introduzido no país em 1953) e as farinhas
de trigo e milho com ferro e ácido fólico. A Anvisa também fortalece a
importância de conter informações sobre o enriquecimento de determinado
alimento em sua embalagem.

Por: Vinicius
Damiani.

Revisado por: Daniele
Silva e Renan Dias.

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Fontes:

·
O que são
alimentos enriquecidos ou fortificados?

·
Enriquecimento
de alimentos com nutrientes.

·
Fortificação
de alimentos: uma alternativa para suprir as necessidades de micronutrientes no
mundo contemporâneo.

Você sabe como são feitas as análises nutricionais dos alimentos?

Atualmente as pessoas têm se importado cada vez mais com a qualidade nutricional dos alimentos que estão ingerindo com o objetivo de manter uma vida saudável. Desse modo, podemos encontrar todas as informações necessárias nas tabelas nutricionais que ficam disponíveis nos rótulos dos alimentos. Entretanto, você já parou pra pensar sobre como é determinado o teor nutricional de cada um dos alimentos?

 

Leia também sobre a Nova Rotulagem Nutricional.

 

Existem diversas maneiras de determinar a quantidade de cada nutriente disponível nos alimentos, como carboidratos, proteínas, gorduras totais, fibra alimentar e sódio. Desse modo, a melhor forma de definir o teor desses nutrientes pode variar de acordo com as características de cada alimento. Por exemplo, podemos elaborar uma tabela nutricional completa a partir de dados que já existem na literatura, como os que estão disponíveis na Tabela Brasileira de Composição de Alimentos. Entretanto, é necessário realizar alguns cálculos para ajustar os valores de acordo com a receita e a porção do alimento.

 

Além disso, é necessário que todos os ingredientes usados no alimento em questão estejam disponíveis na literatura. Logo, se não forem encontrados todos os dados necessários sobre os ingredientes usados no alimento ou se o alimento passa por algum tipo de processamento drástico, como fermentação, se torna necessário recorrer às análises laboratoriais.

 

Visto isso, quando há necessidade de levar as amostras do alimento para o laboratório, as análises poderão ser feitas baseadas em diversos princípios químicos que serão citados a seguir. Mas antes de realizar qualquer análise de fato, é necessário preparar as amostras de maneira correta para que os testes sejam precisos e eficazes.

 

Para a determinação de gorduras totais pode ser utilizado o método de Soxhlet, esse é um método de extração intermitente que trabalha com refluxo de solvente orgânico a quente, como por exemplo o éter de petróleo. Resumidamente, para a realização dessa análise, é necessário que as amostras sejam previamente dessecadas e pesadas. Após isso, a amostra é inserida no aparelho de Soxhlet em um cartucho de celulose. Logo, o solvente é aquecido de maneira que vai arrastar os lipídeos presentes na amostra e após um tempo de 6 horas, todo material lipídico estará depositado no fundo de um balão volumétrico. Por fim, é feito um cálculo, dividindo-se a massa de lipídio extraída pela massa da amostra e multiplicada por 100, para se ter o teor de gorduras totais em porcentagem.

 

A determinação de proteínas, pode ser feita com base no método de Kjeldahl, esse método consiste na quantificação de matéria nitrogenada total de uma amostra, uma vez que moléculas de proteínas apresentam o nitrogênio em sua composição. Com isso, é necessário fazer a digestão de uma amostra homogeneizada em um bloco digestor com ácido sulfúrico à uma temperatura de 400°C. Logo, após o aquecimento do bloco digestor contendo a solução ácida, haverá formação de sulfato de amônio, com coloração translúcida. Em seguida, adiciona-se hidróxido de sódio na solução para obter hidróxido de amônio para depois ser feita uma destilação usando o destilador de nitrogênio, onde na parte de saída deverá conter solução de ácido bórico e um indicador colorimétrico. Logo, teremos ao final da destilação uma solução de borato de amônio que poderá ser titulada com ácido clorídrico e se obter o teor de nitrogênio e o teor de proteínas totais, com os devidos cálculos.

 

Já o sódio, pode ser determinado por uma técnica chamada fotometria de chama, na qual são feitas algumas amostras padrões contendo teor uma diluição conhecida em mg/L, essas amostras padrões são medidas de modo que o aparelho dê os valores de sódio em ppm e com esses valores é possível construir uma curva padrão e obter uma equação da reta que relaciona quantidade de sódio em ppm com a concentração da solução em mg/L. Desse modo, é possível encontrar a concentração de sódio em uma amostra problema. 

 

Por último, a determinação dos carboidratos totais pode ser obtida por diferença centesimal, de modo que é feito um cálculo de percentual total 100% menos a soma percentual de todos as outras análises obtidas, como umidade, cinzas, proteínas e gorduras totais.

 

Existem muitas outras maneiras de quantificar o teor dos açúcares, lipídeos, proteínas e minerais. Esse foi apenas um resumo de alguns dos métodos utilizados para construir uma tabela nutricional com todas as informações necessárias que devem estar contidas nos rótulos dos alimentos. 

 

Leia também sobre As Consequências de Um Rótulo Inadequado.

 

Por: Renan Dias.

Revisado por: Daniele Silva.

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Fontes:

 

·         A determinação de Lipídeos Presentes em Alimentos auxilia na elaboração de dietas balanceadas.

·         Técnica de quantificação de proteínas pelo método Kjeldahl princípio.

·         Etapas de digestão, destilação e titulação compõem tradicional método de determinação de nitrogênio.

Você conhece as legislações para a produção da Kombucha?

A kombucha é uma bebida milenar e, era considerada o chá da imortalidade por seus diversos benefícios associados a contínua utilização da bebida. Estudos apontam que, o consumo da kombucha está relacionado a redução do estresse oxidativo e inflamatório, regulação intestinal, manutenção de radicais livres e redução de células cancerígenas

A kombucha é uma bebida fermentada elaborada, a partir de chá verde e açúcar, acrescentada de uma colônia simbiótica de leveduras e bactérias que serão responsáveis por consumir o açúcar e a cafeína do chá, transformando em uma bebida naturalmente gaseificada repleta de vitaminas, enzimas, probióticos e ácidos orgânicos que são altamente benéficos à saúde, atuando principalmente no equilíbrio gastrointestinal, modulando e consequentemente, melhorando o sistema imunológico do indivíduo (BROOME, 2015). 

Leia também sobre Aditivos Alimentares x Coadjuvantes de Tecnologia.

A gaseificação da bebida está associada ao seu teor alcoólico, sendo que, quanto mais tempo passar fermentando em um recipiente fechado, maior concentração de gás terá, ficando mais ácida e com maior teor alcoólico. O gás não está associado à qualidade da kombucha, mas por questões sensoriais dos consumidores, muitas empresas acrescentam gás carbônico ao envasar a bebida, já que muitos utilizam como substituto dos refrigerantes. Porém, durante esse processo, grande parte dos benefícios são perdidos, já que a microbiota presente não consegue sobreviver. A legislação atual permite a utilização de CO2 e não estabelece limites de concentração utilizado, apenas deve constar na rotulagem o termo “GASEIFICADA”.

Com a expansão comercial da kombucha, em 2019, surgiu uma Instrução normativa para regulamentar a produção e parâmetros que garantam a qualidade para o consumidor final. Com isso, para ser considerada kombucha, o chá utilizado deve ser da espécie Camellia sinensis e a água utilizada deve ser potável de acordo com a Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011. Além disso, a utilização de expressões associadas a benefícios para a saúde é proibida, já que, os estudos que alegam o poder benéfico da bebida fermentada só podem ser obtido se feito com a concentração correta de chá, tempo de fermentação, ambiente controlado e uso constante na dieta.

Leia também sobre A Nova Rotulagem Nutricional.

Um dos principais parâmetros a ser analisado é o teor alcoólico, pois, para ser considerado não alcoólico de 0,5% (v/v), é indicado que se consuma no máximo 300 ml, de preferência pela manhã, por ter alta concentração de cafeína, o que pode interferir na qualidade do sono. 

A adição de frutas, mel, aromatizantes naturais, corantes naturais, fibras, vitaminas, sais minerais e outros nutrientes autorizados pela ANVISA podem ser adicionados na kombucha não alcoólica. Muitas empresas optam por adicionar sucos integrais de frutas ou açúcares de origem vegetal, que além de agradar o paladar dos consumidores, trazem benefícios para a saúde, dessa forma, é comum encontrar no mercado variações de sabores da kombucha.

E aí? Ficou interessado(a) em regulamentar sua produção de kombucha para adequa- lá ao mercado, além de, realizar uma Análise Sensorial com seu público alvo para entender pontos de melhoria? Entre em contato conosco!

Por: Giovana Fuzer.

Revisado por: Daniele Silva Renan Dias. 

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Fontes