Mês: outubro 2021

Tudo o que você precisa saber sobre o registro de estabelecimentos e produtos

Por que registrar estabelecimentos e produtos?

Além das questões legislativas, o registro também é uma forma de controle sanitário para reduzir os riscos à saúde quando o alimento for comercializado, garantindo maior segurança ao consumidor. A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) define que o registro de produto é o ato legal que reconhece a adequação de um produto à legislação vigente da Vigilância Sanitária para comercialização. Todavia, antes de obter o registro do produto, é necessário obter o registro do estabelecimento para que a empresa possa exercer suas atividades.

Quais produtos necessitam de registro? Onde registrá-los?

A Resolução nº23, de 15 de março de 2000, estabelece três tipos de procedimentos para regularização de produtos pertinentes à área de alimentos:

I –  Registro Obrigatório: categorias de alimentos que constam no Anexo II da RDCnº 240, de 26 de julho de 2018;

II – Dispensa da Obrigatoriedade de Registro, porém sujeitos ao Comunicado de Início de fabricação: categorias de alimentos listadas no Anexo I da RDC nº 240, de 26 de julho de 2018;

III – Dispensa do Registro e do Comunicado de Início de Fabricação: matérias-primas alimentares, alimentos in natura, aditivos alimentares usados de acordo com com as Boas Práticas de Fabricação (BPF), produtos de panificação, de pastelaria, de confeitaria, e doceria e sorveteria destinados à venda direta ao consumidor.

Leia mais sobre Dispensa do Registro Sanitário na ANVISA: O que é e como funciona.

O local para solicitação do processo de registro do produto dependerá em qual categoria que o produto se enquadra, podendo ser realizado através do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) ou através da ANVISA.

MAPA:

  • Produtos de origem vegetal devem ser registrados no sistema online SIPEAGRO;
  • Produtos de origem animal devem ser registrados no sistema online Nessa plataforma, podem também obter o registro SIF (Serviço de Inspeção Federal).

ANVISA: Demais produtos que não são compreendidos pelo MAPA e produtos que se enquadrem na categoria II, citada anteriormente.

Leia mais sobre Selo SIF: Entenda qual sua importância e saiba como obtê-lo.

Além dos registros citados acima, os produtos de origem animal podem obter outros registros que são divididos em selos, sendo eles:

Selo SIM (Serviço de Inspeção Municipal) através do Departamento de Agricultura da Prefeitura Municipal da cidade onde o produto é comercializado;

Selo SIE (Serviço de Inspeção Estadual) através da Unidade Agropecuária Estadual;

Selo ARTE através da plataforma SGSI, SGE e SGSA;

Selo SISBI (Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal) através da Secretaria Estadual.

Leia mais sobre Selo Arte para produtos artesanais.

Quais documentos são necessários para registro de estabelecimento?

 A fim de se manter regularizada perante as autoridades sanitárias, os estabelecimentos devem atender os requisitos descritos no item 6.1 da Resolução 23, de 15 de março de 2000, que determina necessário:

  • Alvará Sanitário ou Licença de Funcionamento – expedido pela autoridade sanitária do Estado, do Distrito Federal ou do Município;
  • Implementar as Boas Práticas de Fabricação (BPF) conforme o estabelecido na legislação, incluindo dispor de Manual de Boas Práticas de Fabricação para ser apresentado às autoridades sanitárias, no momento da inspeção e/ou quando solicitado;
  • Implementar e dispor de Manual de Boas Práticas de Fabricação/Armazenagem e nas demais etapas do processo produtivo;
  • Ter controle no processo produtivo, incluindo metodologias eficientes para pontos críticos que possam acarretar riscos à saúde do consumidor;
  • Informar oficialmente à autoridade sanitária, no prazo de 30 dias a partir do início da comercialização, em quais locais os produtos serão comercializados, para que haja a coleta de amostras para a Análise de Controle.

Vale ressaltar que, dependendo do local, os requisitos necessários podem ser diferentes, sendo importante consultar o órgão responsável do seu município/estado antes de dar início ao processo de registro.

Por: Marcela Mattos.

Revisado Por: Daniele Silva e Leandro Viana.


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Fontes:

A importância da Determinação de Vida de Prateleira em alimentos

Em alimentos, é de suma importância a determinação de vida de prateleira, ou seja, o tempo em que este permanece seguro para consumo desde que seja mantido nas condições adequadas pré-determinadas. Sendo um procedimento realizado com a finalidade de fornecer informações sobre a durabilidade do produto de forma a garantir segurança alimentar para o consumidor, além de adequar o produto às normas legislativas do setor de alimentos.

De acordo com a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a Resolução – RDC nº259, de 20 de setembro de 2002, estabelece a determinação da vida de prateleira como informação obrigatória a se constar no rótulo de produtos alimentares, tendo como exceção produtos como: frutas e hortaliças frescas, vinhos, bebidas alcoólicas que contenham teor alcoólico superior a 10%, produtos de panificação que tenham um tempo de consumo de até 24h após a fabricação, goma de mascar, produtos de confeitaria à base de açúcar, aromatizados e/ou coloridos, vinagre, açúcar sólido, alimentos à base de açúcar e sal e alimentos isentos por regulamentos técnicos específicos.

Vale destacar que, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor, as informações oferecidas no produto devem assegurar clareza, precisão e, mais importante, devem ser verdadeiras.

Leia também sobre As consequências de um rótulo inadequado.

Diversos são os fatores que podem influenciar no prazo de validade de um alimento. Esses fatores podem ser próprios do alimento, sendo chamados de fatores intrínsecos, como umidade e pH, ou podem ser fatores externos ao alimento, os fatores extrínsecos, no qual estão: embalagem e condições de armazenamento.

A determinação de vida de prateleira pode ser feita por dois métodos: diretos e indiretos, sendo que os métodos diretos podem levar um tempo maior, sendo mais precisos, uma vez que são feitos acompanhamentos em tempo real e em condições realistas. Já os métodos indiretos também chamados de métodos acelerados, são mais rápidos, mas menos precisos, uma vez que os alimentos são submetidos a condições de temperatura e umidade diferentes das condições do ambiente.

Leia também sobre os Padrões Microbiológicos.

Algumas características importantes que devem ser levadas em consideração para a determinação da validade dos alimentos são:

– Qualidade da Matéria-prima: deve ser higienizada e sanitizada da maneira mais adequada, específica para cada alimento, e, preferencialmente, deve conter níveis baixos de contagem de microrganismos (naturalmente, as matérias-primas podem ter microrganismos presentes, advindos do cultivo, colheita, transporte, etc.);

– Composição do Produto: um alimento muito úmido se torna um ambiente favorável ao crescimento de microrganismos; alguns produtos como sal, açúcar e vinagre são favoráveis à conservação;

– Estrutura dos produtos: Alimentos com mais de uma camada, como biscoito recheados, por exemplo, podem apresentar migração de umidade de uma camada para outra, fazendo com que a conservação seja prejudicada;

– Disponibilidade de oxigênio: Alguns microrganismos como fungos utilizam oxigênio para crescer e se multiplicar, o que causa a contaminação dos alimentos;

– Processamento: As condições dos ambientes de produção são de extrema importância para evitar contaminação cruzada (para saber mais sobre o assunto: Contaminação Cruzada: Você sabe o que é este perigo tão comum quando se trata de alimentos?);

– Temperatura: Todas as variações de temperatura que o produto passa desde o processamento até o armazenamento são fatores de importância. Deve-se evitar faixas de temperatura que são favoráveis ao crescimento de microrganismos patológicos (ou seja, causadores de doenças).

Entre as vantagens de saber a real validade do produto alimentício, podemos destacar: ser um diferencial competitivo para empreendedores do setor de alimentos; ter certeza de satisfação do cliente e que este não irá lhe causar nenhum mal, além de evitar desperdício.

 Leia também sobre as 8 etapas para o desenvolvimento de novos produtos alimentícios.

Por: Adriana Lopes e Laís Alvarenga.

Revisado Por: Daniele Silva e Leandro Viana.


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Fontes:

Layout para fábrica de alimentos: como saber se o meu layout está me dando lucro ou prejuízo?

O layout pode ser entendido como o arranjo físico de uma indústria, que busca posicionar pessoas, máquinas, equipamentos, ferramentas, processos, mão de obra e matérias-primas, permitindo que atividades sejam executadas.

A elaboração de um layout deve levar em consideração diversas questões, as principais são:

  • Variedade, quantidade e o tipo de produtos processados;
  • As distâncias percorridas;
  • Os espaços utilizados;
  • O movimento de cargas;
  • O tempo gasto em cada etapa da produção.

Um layout ideal permite a otimização do processo produtivo e impacta positivamente na eficiência e produtividade da indústria. Além disso, permite também eliminar os tempos ociosos e reduzir os custos de produção.

Entretanto, um layout inadequado provoca atrasos na produção, interrupções no fornecimento e custos elevados, indicando um erro no uso do espaço físico, que pode ter sido causado pela projeção de um layout que não atende as normas exigidas pela legislação.

Dito isso, como saber se o meu layout está me dando lucro ou prejuízo?

Para isso, devemos responder às seguintes perguntas:

  • Poderia utilizar melhor o espaço disponível?
  • O desperdício e o custo de produção são maiores do que o desejado?
  • O tempo entre as etapas produtivas é excessivo?
  • Há contaminação cruzada entre a matéria-prima e o produto acabado?
  • Sigo a Norma Reguladora NR-12 Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos, do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE?

Se as respostas para as quatro primeiras perguntas feitas foram “sim”, então é necessário investir em melhorias no layout visando minimizar e contornar esses problemas.

Leia também sobre Contaminação Cruzada: Você sabe o que é este perigo tão comum quando se trata de alimentos?

Mas fique tranquilo que podemos te ajudar!!!

Podemos fazer isso de diversas formas, uma delas é a otimização de processos, indicada para fábricas com apenas alguns gargalos na produção, visando melhorar a produtividade, mas sem grandes investimentos.

Já para casos mais graves, o ideal é a elaboração de um novo layout, considerando todas as questões já levantadas e seguindo a Norma Reguladora NR-12, a fim de garantir também a saúde e integridade física dos trabalhadores.

Assim, um layout adequado e com boa fluidez dos processos garante a segurança dos funcionários, a segurança alimentar dos consumidores e, para os empresários, uma fábrica com alta capacidade produtiva.

Leia também sobre Processos Produtivos: Guia completo de como otimizar os seus.

Por: Ana Beatriz Fialho.

Revisado por: Daniele Silva e Leandro Viana.


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Fontes:

  • DA ROSA, Gilson Pires et al. A reorganização do layout como estratégia de otimização da produção. Revista Gestão da Produção Operações e Sistemas, v. 9, n. 2, p. 139, 2014.
  • CARDOSO, Clislene Ribeiro; CAMPOS, Gevair. CONTROLE DA QUALIDADE EM LATICÍNIO: uma proposta de layout através da análise de pontos críticos na produção de queijos. Revista de Engenharia e Tecnologia, v. 11, n. 3, p. áginas 230-241, 2019.
  • MOREIRA, Bruno Filipe Vasconcelos. Otimização de Layout de Armazém e nível de enchimento. 2017.
  • Ministério do Trabalho e Emprego. NR-12 – Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos. Brasília, DF, 2017.

8 etapas para o desenvolvimento de novos produtos alimentícios

A indústria alimentícia é um dos mercados que mais cresce no Brasil. No entanto, trabalhar com o desenvolvimento de produtos específicos para esse mercado exige um processo complexo e com etapas bem definidas.

Como o desenvolvimento de produtos pode envolver a criação de um item inédito, melhorias ou até a inovação de algo já consolidado, conhecer detalhadamente as técnicas que levarão a um bom resultado é mais do que necessário.

Entretanto, muitos empreendedores se perguntam: como se inserir no mercado alimentício, levando em consideração a inovação e a qualidade que os produtos desse ramo precisam agregar para conquistar o consumidor?

Neste post, você saberá mais sobre esse assunto e de que forma deve começar a agir para desenvolver um produto para o ramo alimentício. Confira!

Etapas do desenvolvimento de produtos

Para começar, é necessário definir algumas etapas, que são essenciais e específicas. Portanto, é ideal ter um acompanhamento especializado que ajudará você a passar por todas essas fases com êxito.

A seguir, listamos os passos desse processo. Leia-os com atenção os siga para conseguir desenvolver um produto de sucesso!

1) Faça uma chuva de ideias (brainstorming) e as filtre

O ponto inicial de desenvolvimento de um projeto é a geração de ideias chamada de brainstorming. Esse é o momento de usar a criatividade e coloca-la no papel, registrando o máximo ideias possíveis.

As ideias inovadoras de produtos podem vir das necessidades dos consumidores, sugestões de clientes, tendências de vendas e ações da concorrência, por exemplo.

Mas tenha como primeira lição: ter uma ideia genial não significa que ela se tornará um bom produto, pois o desenvolvimento de novos produtos depende de vários fatores, uma boa ideia precisa ser executada com maestria para conseguir chegar no resultado desejado.

Com as ideias no papel, você já pode filtrá-las, tendo em vista critérios como custos de produção, orçamento da empresa, perspectivas do mercado-alvo e viabilidade técnica.

2) Conheça o mercado e filtre suas ideias

Agora com a ideia, procure entender como funciona esse mercado no Brasil. Saiba quais são as normas de produção, de higiene sanitária e os selos de qualidade, por exemplo.

Em seguida, reflita: “Do que o mercado está precisando?”

Pense sobre o que você, tanto como consumidor quanto empreendedor, sente falta ao analisar o mercado. Veja o que você pode oferecer como diferencial capaz de encantar e surpreender o público, algo que você gostaria de ter à sua disposição.

Da mesma forma, conheça em profundidade a sua concorrência.

Ler sobre quem já está nesse ramo, o que tem a dizer, como já inovou e evoluiu, não é perda de tempo. Pelo contrário, é o que fará com que você possa ajustar metas e definir as qualidades que o seu produto precisará ter, mas lembre-se que se inspirar na concorrência não significa copiá-la.

Saber tudo sobre o panorama da indústria de alimentos e o desenvolvimento de novos produtos alimentícios no Brasil é uma etapa fundamental desse processo.

A partir dela, você será capaz de perceber quais são as grandes oportunidades e quais os setores aquecidos.

Uma forma de verificar isso é pela pesquisa de faturamento de cada um dos setores da produção. Isso irá ajudar você a investir de forma precisa.

Esses insumos são geralmente encontrados em projetos de estudo de mercado, os quais se caracterizam basicamente por definir o que as pessoas procuram e o quanto elas estão dispostas a pagar.

Conforme a obtenção dessas pesquisas, você deve elaborar um plano de negócio com objetivos, estratégias e métricas para comercializar seu produto.

3) Defina seu público-alvo

Foque o segmento de consumidores que gostaria de atingir.

Pense na persona que você deseja conquistar – seja esse público vegano, adepto do estilo de vida fitness, apreciador de boas bebidas, de doces etc. – e pense em quais características seu produto vai apostar para se consolidar nesse segmento.

Nessa etapa, você precisará elaborar um diferencial que chame a atenção desse público e o faça optar pelo seu produto.

Leia também sobre A Explosão dos Produtos Orgânicos.

4) Analise a viabilidade do projeto

Esta etapa deve ser o ponto inicial de qualquer desenvolvimento de fórmula.

É nesta fase que é feita a análise realista de viabilidade técnica e de inovação a partir de dados de artigos científicos e patentes já existentes.

Essa análise de viabilidade é realizada por meio de duas vertentes: pesquisas e testes técnicos, conforme vamos mostrar a seguir.

Pesquisa

Para se ter uma ideia da importância dessa pesquisa, imagine investir em um projeto que já está sendo desenvolvido em outros lugares? Seria uma grande perda de tempo e de dinheiro!

Além disso, esse é o momento em que se estuda a legislação específica para que seu produto seja desenvolvido dentro das normas vigentes pelos órgãos responsáveis. Essas legislações são responsáveis por ditar os limites de aditivos alimentares que podem ser adicionados.

Teste técnico

Já para a realização do estudo de viabilidade técnica, é necessário que você já tenha em mente as principais características do produto.

Isso inclui as características sensoriais, físicas e químicas que você deseja que seu produto tenha, ou seja, os atributos necessários para a aceitação do seu produto.

Isso tem relação com a etapa de conhecimento do cliente-alvo.

Por exemplo, esse passo ajudará a determinar se o alimento deve conter baixo teor de gordura, zero lactose, não apresentar glúten, entre outras características como, qual será a sua vida de prateleira (shelf life).

Os possíveis componentes para sua receita de sucesso serão gerados a partir do que você espera para sabor, aroma, cor e textura durante o desenvolvimento do produto.

Nesse estudo de viabilidade técnica, que leva em consideração os possíveis ingredientes, primeiramente investiga-se o comportamento de cada componente isoladamente.

Em seguida, é colocado em pauta como eles podem interagir quimicamente, de forma a dar sequência a um resultado positivo como esperado.

É comum, após essa fase, chegar ao desenvolvimento de características sensoriais e nutricionais.

Aqui também entra a definição da necessidade de adotar algum conservante e qual é o mais indicado, assim como o levantamento dos possíveis fornecedores para cada um dos componentes do produto.

É então que se torna possível concluir se realmente existe uma formulação viável e se o produto possibilitará retorno financeiro e competitividade no mercado, que é o objetivo inicial de todo o investimento. Isso mostra se é vantajoso seguir em frente.

5) Desenvolvimento de produtos no laboratório

É nesta etapa do desenvolvimento de produtos que serão colocadas em prática as análises e definições das etapas anteriores.

Como dissemos, os primeiros testes têm como objetivo observar o comportamento dos componentes de forma separada para compreender como cada substância trabalha para a obtenção das características do produto desejado.

É então analisada qual a melhor concentração a ser utilizada para cada produto de acordo com a indicação estudada e registrada pela legislação na etapa anterior.

Aqui são definidas as possíveis formulações para o produto, variando as concentrações e até mesmo os componentes.

Em seguida, vamos para os testes destas fórmulas, em que se observam quais vão oferecer os melhores resultados. Neles, as principais características avaliadas podem ser identificadas, como viscosidade, cor, odor e até outras, de acordo com a preferência e o objetivo do cliente.

Durante todo o desenvolvimento de novos produtos alimentícios, a cada uma das etapas, são realizadas modificações dos parâmetros caso seja necessário.

Isso deixa claro a importância do profissional especializado, já que ele é quem poderá identificar essa necessidade e garantir que as modificações sejam feitas da forma correta.

Assim, a fórmula é desenvolvida e aprimorada através de diversas tentativas subsequentes, até que o resultado programado seja alcançado.

6) Testar, testar e… Testar!

Público-alvo definido, viabilidade confirmada, fórmula ajustada. Agora só falta uma coisa: testar tudo!

Pode parecer que depois de tanta pesquisa, tantas fases e tantos testes já concluídos, tudo está perfeito e pode ir para o consumidor com a garantia de sucesso, certo?

Mas não! Testar nunca é demais!

Isso porque seu produto será consumido por várias pessoas, exigindo um comprometimento máximo com a qualidade e a precisão.

Por esse motivo, é importante a realização de testes laboratoriais ainda mais específicos para avaliar o comportamento da fórmula final ao longo do tempo e garantir sua segurança e qualidade.

Os testes aplicados vão variar de acordo com o objetivo do cliente em relação ao público e às características propostas durante o desenvolvimento de produtos.

Os estudos podem ter como base características físico-químicasanálise sensorial e testes microbiológicos.

7) Projetando a embalagem

A embalagem é a apresentação do seu produto, do ideal que ele defende e de tudo aquilo que se definiu durante o planejamento.

Além de conter as informações nutricionais corretas, o rótulo deve trazer elementos que atraiam o público-alvo de acordo com aquilo que ele prioriza e almeja na hora das compras.

Por isso essa etapa é tão importante quanto as demais.

Leia também sobre As Consequências de um rótulo inadequado.

.8) Acompanhe e tome nota

Este é o momento de atenção aos mínimos detalhes. Nesta fase, o gestor e sua equipe de profissionais especializados vão acompanhar as primeiras produções.

É importante tomar notas sobre o processo produtivo, o armazenamento, o transporte e, é claro, a percepção das primeiras vendas.

Essas anotações serão essenciais para futuras melhorias, e não devem ser vistas de forma negativa, já que todo produto está em constante desenvolvimento e sempre pode melhorar de acordo com a evolução do mercado.

Ter essa perspectiva em mente faz parte do desenvolvimento de produtos e de todo o processo industrial no setor de alimentos.

Por: Rafael Furriel.

Revisado por: Daniele Silva e Leandro Viana.


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Fontes:

 

A importância de obter um Manual de Boas Práticas de Fabricação

O que é um Manual de Boas Práticas de Fabricação?

É muito mais que um documento, é uma ferramenta que contém um conjunto de normas que padronizam e definem procedimentos de todas as etapas do processamento que auxiliam os manipuladores no controle higiênico-sanitário e na prevenção de perigos nos alimentos, de forma simples para melhor compreensão e reflexão sobre a importância da segurança alimentar.

Mas quais são esses perigos?

Segundo a RDC N° 216 – 2004, o BPF é uma medida de controle, implementado com o objetivo de diminuir a um nível aceitável ou eliminar um agente físico, químico ou biológico que possa comprometer a qualidade higiênico-sanitária do alimento.

Estes perigos são definidos como:

  • Perigos físicos: são causados por materiais que podem machucar ou causar à saúde, como por exemplo pedaços de vidro, pedra, cabelo, unhas e outros
  • Perigos químicos: são causados pela presença de substancias químicas indesejadas nos alimentos, como é o caso de produtos de limpeza (sabão ou detergente), cloro ou pesticidas
  • Perigos biológicos: causados por microrganismos (bactérias, fungos, protozoários, vírus ou parasitas) e insetos que constituem os principais contaminantes nos alimentos, podendo provocar doenças ou alterar as características dos alimentos.

Devemos oferecer alimentos seguros aos nossos consumidores, ou seja, em todas as etapas os manipuladores devem estar atentos para ações e procedimentos, focando no cuidado, de forma a manter os alimentos livres das fontes contaminantes para garantir segurança alimentar.

Leia também sobre: Contaminação Cruzada: Você Sabe O Que É Este Perigo Tão Comum Quando Se Trata de Alimentos?

Como obter?

As Boas Práticas de Fabricação são divididas nos seguintes itens: higienização das instalações, equipamentos e utensílios; controle de potabilidade da água; higiene e saúde dos manipuladores; manejo dos resíduos; manutenção preventiva e calibração dos equipamentos; controle integrado de vetores e pragas urbanas, seleção das matérias-primas, ingredientes e embalagens; documentação e registro.

De acordo com a RDC N°275 da Anvisa, o manual de BPF deve conter os Procedimentos Operacionais Padronizados (POP’s) que devem descrever de maneira simples e objetiva toda sequência para realização de operações rotineiras com instruções específicas da produção, armazenamento e transporte.

É importante salientar que os POP’s sempre devem ser adaptados conforme cada processo, demanda da produção e capacidade produtiva. Também devem ser verificadas as orientações locais (estaduais e municipais).

Todos os responsáveis pelas atividades de manipulação dos alimentos devem ser devidamente capacitados com cursos de qualificação, na qual devem ser abordados, no mínimo, os temas de Contaminantes Alimentares, Doenças Transmitidas por Alimentos e Manipulação Higiênica dos Alimentos e Boas Práticas de Fabricação.

Leia também sobre: Procedimento Operacional Padrão: O que é e Qual a Sua Importância.

Agora que você conheceu um pouquinho mais sobre os riscos e a importância da obtenção do Manual de Boas Práticas de Fabricação conforme as legislações sanitárias e ainda não adotou as boas práticas de fabricação, já passou da hora de implantar essas práticas na sua cultura organizacional. E nós podemos de ajudar, oferecendo soluções personalizadas para o seu negócio!

REGRAS DE OURO DA OMS SOBRE A PREPARAÇÃO HIGIÊNICA DOS ALIMENTOS

A Organização Mundial da Saúde estima que as doenças causadas por alimentos contaminados constituem um dos problemas sanitários mais frequentes nos dias de hoje. Por isso, a educação e a conscientização de todas as pessoas que manipulam os alimentos são de suma importância para a prevenção deste tipo de doenças. Então, o comitê de especialistas em Higiene Alimentar da OMS, elaborou regras simples que pode ajudar a evitar muitas doenças de origem alimentar.

1ª Regra – Preferir alimentos tratados com objetivos higiênicos;
2ª Regra – Cozinhar bem os alimentos;
3ª Regra – Consumir imediatamente os alimentos cozidos;
4ª Regra – Guardar cuidadosamente os alimentos cozidos;
5ª Regra – Reaquecer bem os alimentos cozidos;
6ª Regra – Evitar o contato entre os alimentos crus e os cozidos;
7ª Regra – Lavar as mãos frequentemente;
8ª Regra – Manter cuidadosamente limpas todas as superfícies da cozinha;
9ª Regra – Manter os alimentos fora do alcance de insetos, roedores e outros animais;
10ª Regra – Utilizar água potável.

Leia também sobre: Análises de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC).

Por: Amanda Katlen e Cristofer Mendes.

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Fontes:

O que são aditivos alimentares e para que são utilizados?

Você já ouviu falar sobre aditivos alimentares?

Em virtude da mudança dos hábitos alimentares enfrentados pela população nos últimos anos, as indústrias buscaram alternativas de aprimoramento dos alimentos para atender às necessidades desses novos consumidores.  A urbanização e o ritmo acelerado imposto pela correria do dia a dia, tem feito com que as pessoas prefiram alimentos prontos ou semiprontos (SOUZA et al., 2019).

Em paralelo a isso, tem sido utilizado pelas Indústrias uma grande variedade de aditivos alimentares para esses tipos de alimentos.

Segundo a portaria nº 540 da Secretaria de Vigilância Sanitária/Ministério da Saúde (ANVISA) de 27 de outubro de 1997, classifica-se como aditivo alimentar “qualquer ingrediente adicionado de forma intencional aos alimentos, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante a fabricação, processamento, preparo, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação de um alimento” (BRASIL, 1997).

Leia também sobre a Explosão dos Produtos Orgânicos.

Porque as indústrias utilizam aditivos alimentares?

Um dos principais desafios enfrentados pelas indústrias de alimentos é manter a qualidade dos alimentos, bem como aspecto saudável e sabor por um maior período de tempo. Desta forma, para não perder os produtos e mantê-los conservados por mais tempo, tem-se surgido a necessidade do uso de aditivos alimentares.

De uma forma geral, as indústrias utilizam os aditivos alimentares com o objetivo de proporcionar modificações sensoriais e nutricionais dos alimentos. Isso representa uma estratégia tecnológica de forma a oferecer maior renda econômica industrial.

No entanto, por envolver a segurança alimentar e se tratar de substâncias químicas, é de extrema importância que se tenha todo o conhecimento sobre suas propriedades e, a partir disso, poder definir seu nível de segurança para a população em geral (AUN et al., 2011).

Leia também sobre os Métodos de Conservação dos Alimentos.

Mas afinal, você saberia quais são os tipos de aditivos alimentares existentes?

Algumas substâncias podem ser obtidas de forma natural, enquanto outras são produzidas a partir de laboratórios. Vejamos alguns exemplos dos principais tipos de aditivos alimentares e suas funções.

  • Antioxidante: Substância utilizada para retardar a ocorrência do processo oxidativo no alimento;
  • Corante: Substância utilizada para conferir, intensificar ou restaurar a cor dos alimentos;
  • Conservante: Substância utilizada para impedir ou retardar alterações provocadas por microrganismos ou enzimas;
  • Edulcorante: Substância utilizada para conferir sabor doce ao alimento;
  • Gelificante: Substância utilizada para conferir textura através da formação de um gel;
  • Espessante: Substância utilizada para aumentar a viscosidade de um alimento;
  • Acidulante: Substância utilizada para aumentar a acidez ou conferir um sabor ácido aos alimentos.

De acordo com Pimenta (2003), grande parte da população não tem conhecimento sobre os riscos dos aditivos para a saúde. Infelizmente, muitas informações importantes ainda são omitidas do consumidor, em virtude de as empresas não revelarem sobre as técnicas de fabricação, fato que pode ser explicado devido à liberação do uso de aditivos ser feita somente quando os métodos de fabricação convencionais não conseguem alcançar as vantagens de ordem higiênica, operacional ou tecnológica (SOUZA et al, 2019).

Leia também sobre os Corantes Naturais e Artificiais na Indústria de Alimentos.

Agora que tudo ficou mais claro, você saberia me dizer quais os tipos de aditivos alimentares existentes e suas funções, não é mesmo?

Por: Flaviana Coelho.

Revisado por: Leandro Viana e Daniele Silva. 


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Fontes:

  • Portaria nº 540, de 27 de outubro de 1997
  • SOUZA, Betina Aguiar, et al..Aditivos alimentares: Aspectos Tecnológicos e Impactos na Saúde Humana. Editora Unijuí. Revista Contexto e Saúde, vol.19, n.36, jan./jun. 2019.
  • AUN, M. V. et al. Aditivos em alimentos. Revista Brasileira de Alergia e Imunopatologia, v. 34, n. 5, p. 177-185, 2011.