A carne cultivada tem origem de uma pequena amostra de células extraídas de animais vivos sem trazer danos para o doador e, a partir disso é cultivada em laboratório para adquirir volume. Assim sendo, em condições controladas, essas células são nutridas e se desenvolvem. O resultado final é um conjunto de células musculares molecularmente muito similares às que se compra em supermercados atualmente.
Mas afinal, por que o mundo precisa desse tipo de carne?
Além da questão das tendências vegetarianas e veganas que afloram na sociedade, o fato de os animais não serem abatidos reduz de forma significativa a necessidade terras, águas e insumos na agropecuária. Além disso, a redução dos gases de efeito estufa produzido pelos animais seria algo significativo. Ademais, o manejo de antibióticos, sobretudo para frangos, muitas vezes pode causar resistências microbianas. No entanto,em um ambiente controlado, sem manejo animal, tal como o para produção de carne cultivada, esse problema é inexistente.
Outro ponto importante a se considerar é a questão da demanda de proteínas por parte da população. Segundo Lorival Luiz, CEO Global da BRF em uma entrevista à CNN, afirmou: “Existe uma demanda crescente por proteína, uma demanda da população, e nós não temos dúvidas que esse produto será extremamente competitivo, sustentável, para atender toda a demanda que virá num futuro próximo”.
Além disso, alguns consideram essa questão como uma oportunidade, como o analista Cleber Soares, diretor de inovação do Ministério da Agricultura. “Em 2015, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês) projetava que o mundo iria demandar em torno de 480 milhões de toneladas a mais de proteína de origem animal até 2050. Tem mercado para todo mundo. É preciso olhar tudo isso como oportunidade”.
Em outra via, para aqueles que pensam que esse assunto parece ser muito bonito na teoria, mas acreditam que a barreira tecnológica seja grande para a prática, existe um grande engano. Segundo o Canal Tech, A startup israelense Future Meat inaugurou a primeira fábrica de carne cultivada do mundo. A instalação, que fica na cidade de Rehovot, no distrito industrial de Israel, tem capacidade para produzir 500 kg de alimentos por dia, aproximadamente 5 mil hambúrgueres de tamanho médio saindo direto do laboratório. Enquanto que na agropecuária tradicional, o tempo de vida de um único bovino antes do abate é cerca de 18 meses.
Em questão de preço, o valor também já foi reduzido drasticamente. Em 2013 foi produzido o primeiro hambúrguer do mundo feito à base de carne in vitro pela empresa holandesa Mosa Meat em Londres, com um custo de 330 mil dólares em um período de três meses. Segundo dados da empresa Future Meat, o valor gasto para produção de peitos de frango é de menos de 10 dólares hoje em dia.
Mas afinal, quando esse produto chega ao Brasil?
Segundo uma reportagem da CNN Brasil, a carne cultivada deve chegar às prateleiras dos supermercados entre 2024 e 2025 por meio de uma iniciativa da BRF. A companhia brasileira possui uma parceria com a startup israelense Aleph Farm para dar prosseguimento a essa questão. Ademais, em questão regulatória, segundo o GFI (The Good Food Institute), sua filial brasileira organizou no final de junho de 2021 workshops sobre carne cultivada para representantes da ANVISA e do MAPA. Nesse processo, as associações regulatórias brasileiras conheceram e trocaram experiências sobre processos regulatórios em carne cultivada com representantes dos Estados Unidos, Europa e Singapura.
A conclusão em cima dessas questões, é que estamos cada vez mais próximos de consumir um produto que parece de filme de ficção científica. Mas eaí, você comeria carne de células?
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Por: João Valadão.
Revisado Por: Leandro Viana e Daniele Silva.
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Fonte imagem: Portal do Agronegócio
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