A correria do dia a dia, decorrente, principalmente, de uma rotina apertada, vem desencadeando diversas mudanças na alimentação da população (MIRANDA, 2016). Segundo o Guia Alimentar da População Brasileira (2014), essas mudanças envolvem a substituição de alimentos in natura ou minimamente processados por produtos industrializados prontos para consumo.
Em paralelo a isso, o desenvolvimento de tecnologias de processamento de alimentos, bem como o avanço da ciência e a distribuição globalizada, são outros fatores que têm influenciado no crescimento do consumo por alimentos ultraprocessados. Sendo estes, grandes contribuintes para tornar esses produtos mais acessíveis e com preços relativamente baixos, se tornando grande opção de compra da população (SIMÕES et al., 2018).
Em consequência disso, nos deparamos com uma população cada vez menos saudável, sendo, em grande parte, obesa. De acordo com Vigitel (2015), espera-se que em 2025 cerca de 2,3 bilhões de adultos se encontrem em condições de sobrepeso, sendo mais de 700 milhões com obesidade, dados relativamente altos.
Mas e aí? O que seriam esses grupos de alimentos e o que os diferencia?
Vamos entender um pouquinho mais sobre os alimentos in natura, minimamente processados, processados e ultraprocessados. Cada um desses grupos de alimentos possui características determinantes que os diferenciam e interferem na escolha dos consumidores.
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ALIMENTOS IN NATURA OU MINIMAMENTE PROCESSADOS
Os alimentos in natura são aqueles obtidos diretamente de plantas e animais, sem que seja feito qualquer tipo de alteração pelo homem ou natureza. Como exemplos, temos as frutas e vegetais, sendo altamente ricos em micronutrientes, apresentando baixa densidade energética, alto teor de fibras e grande poder de saciedade (VIEIRA, 2012).
Já os alimentos minimamente processados correspondem os alimentos in natura que passaram por processos de limpeza, remoção de partes não comestíveis ou indesejáveis, moagem, secagem, fermentação, pasteurização, refrigeração, congelamento, entre outros processos similares sem que envolva agregação de sal, açúcar, óleos, gorduras ou outras substâncias no alimento original. Como exemplos temos, frutas, hortaliças, grãos, leguminosas, oleaginosas, especiarias, farinhas, carnes frescas, leite, ovos, chá, café, dentre outros (BRASIL, 2014).
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ALIMENTOS PROCESSADOS
Os alimentos processados são aqueles produzidos pelas indústrias alimentícias a partir dos alimentos in natura, por meio da adição de constituintes como é o caso do sal, açúcar ou outra substância culinária. São exemplos de alimentos processados, legumes em conserva, frutas em calda, queijos, pães, sardinha, atum enlatado e extrato de tomate. Esses constituintes alteram de modo desfavorável a composição nutricional dos alimentos (BRASIL, 2014).
ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS
Os alimentos ultraprocessados são aqueles prontos para o consumo, sendo produzidos de formulações industriais com base em substâncias extraídas de alimentos (óleos, gordura, açúcar, proteínas), derivadas de constituintes de alimentos (gorduras hidrogenadas, amido modificado) ou sintetizadas em laboratório com base em matérias orgânicas (corantes, realçadores, aromatizantes e outros aditivos). Exemplos incluem alimentos como refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos de pacote e macarrão instantâneo (BRASIL, 2014)
Um dos objetivos do ultraprocessamento é proporcionar ao alimento longa vida de prateleira, sendo mais acessível, além de apresentar maior praticidade ao consumidor (LOUZADA, 2015).
Agora que você conhece mais sobre esses grupos de alimentos, vamos chamar a seguinte ATENÇÃO!!!
Os alimentos processados e ultraprocessados por mais práticos que sejam, ainda são muito prejudiciais à saúde do consumidor, não somente por serem ricos em calorias, gordura, açúcar e sódio, mas também por serem altamente palatáveis, relativamente baratos e mais seguros do ponto de vista microbiológico, estimulando um consumo em maiores quantidades (LEITE et al., 2018).
Desta forma, antes de consumir um determinado tipo de alimento, é de grande importância se atentar-se não só aos benefícios, mas também aos malefícios que estes produtos podem causar para a saúde.
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Por: Flaviana Coelho.
Revisado Por: Daniele Silva e Leandro Viana.
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Fonte imagem: Blog Marcela Ferrão
Fontes:
- Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira
- Vigitel Brasil 2014: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico
- Nutrição de Saúde Pública
- Nutrição e saúde: o papel do ultraprocessamento de alimentos
- O consumo dos alimentos processados e ultraprocessados e a transição nutricional
- Estratégias de prevenção da obesidade infanto-juvenil
- Consumo de alimentos ultraprocessados e posição socioeconômica